Clube Xavante Brasil


História do Brasil de Pelotas

Fundado na residência do Sr. José Moreira de Brito.


 


Pavilhão do Grêmio Sportivo Brasil em 1919
Pavilhão do Grêmio Sportivo Brasil em 1919. Fonte: O Rio Grande Sportivo do ano de 1919


Loja Campeões do Futebol


Ficha do clube

Escudo do GE Brasil   Grêmio Esportivo Brasil
  Fundado em 7 de Setembro de 1911
  Endereço: Rua João Pessoa, 694 - Centro - Pelotas (RS)
  Site oficial: www.gebrasil.com.br; www.brasildepelotas.com


A Fundação e Primeira Diretoria

A história do G.E.Brasil teve início depois de uma divergência entre dirigentes e jogadores do Sport Club Cruzeiro do Sul, que era mantido e dirigido por funcionários da Cervejaria Haertel. O campo do S.C. Cruzeiro do Sul situava-se num terreno ao lado da Cervejaria Haertel.

Certo dia, colaboradoes do clube, que estavam colocando uma cerca ao redor do campo, viram chegar no local alguns rapazes, jogadores do S.C.Cruzeiro do Sul, os quais de imediato foram treinar. Este fato irritou aqueles que estavam trabalhando na referida cerca. Mandaram que os outros parassem com o jogo e fossem ajudá-los. Frustados os rapazes foram embora.

Por ironia do destino, dois daqueles rapazes inconformados com o ocorrido caminharam até um terreno próximo ao local onde hoje está situado o estádio do G.E.Brasil, ficaram ali sentados na grama pensando e discutindo a idéia de fundar um time de futebol, eram eles os saudosos Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito.

Resolveram eles marcar uma reunião de fundação do clube que teve como lugar o prédio de nº56 da rua Santa Cruz, em Pelotas, residência do Sr. José Moreira de Brito, pai de Salustiano. Ficando a sua primeira diretoria assim constituida: Dario Feijó, presidente; Silvio Corrêa da Silva, vice; Walter da Rocha Pereira, 1º secretário; Raymundo Pinto do Rego, tesoureiro; Breno Corrêa, adjunto; Manoel Joaquim Machado, Ulysses Dias Carneiro, Manoel Ribeiro de Souza, Nicolau Nunes, Paulinho Dias de Castro e Mário Reis, diretores; E estava fundado o G.E.Brasil em 7 de setembro de 1911, extamente na data comemorativa a Independência do Brasil.

Cores e Uniforme

Alusivo a este fato, foi decidido que as cores da camiseta seriam verde e amarela. Possivelmente, as cores inicialmente adotadas no fardamento do G.E.Brasil, seja o primeiro fato histórico da rivalidade com o E.C.Pelotas. Naquela época houve muita polêmica porque o fardamento dos dois clubes eram parecidos. Como o E.C.Pelotas inspirou-se nas cores do Clube Caixeral (azul e amarelo) para seu fardamento, o G.E.Brasil resolveu adotar as cores do Clube Diamantinos (vermelho e preto), mudando então as cores do fardamento.

Além de influenciar no batismo da nova agremiação, o período de comemorações da independência brasileira fez com que a diretoria aderisse ao verde e amarelo para o fardamento. Porém, quando os dirigentes saíram às ruas com o livro de ouro, a fim de arrecadar fundos para a compra das camisetas, eles encontraram um comerciante português que mudaria as cores, e consequentemente a história, do G.E. Brasil. O tal português, cujo nome se perdeu no tempo, era fã de um clube social de Pelotas, o Diamantinos, e ofereceu aos rapazes o terno completo,desde que as cores fossem vermelha e preta (cores do Diamantinos), a oferta foi imediatamente aceita, e assim o Brasil se tornou o rubro-negro, hoje conhecido em todo o país.

Primeiros jogos e títulos

O primeiro jogo oficial do então Grêmio Sportivo Brasil foi um amistoso contra o Sete de Setembro (Pelotas), e terminou empatado em 2 a 2, com dois gols de Diogo Rodrigues. A partida foi jogada em ‘campo aberto’, sem muros, no bairro Fragata, ainda no ano de fundação do clube da Baixada, que naquele tempo, aliás, ainda nem sonhava em ter um estádio. Em 1912 veio a primeira vitória: 2 a 0 em cima do Tiradentes (Pelotas), também em partida amistosa.

Já no ano seguinte o rubro-negro passou a disputar partidas oficiais, ingressando pela primeira vez no Campeonato Citadino de Pelotas. Sem experiência no certame, o time acabou ficando em último lugar na competição. Porém, a Liga Pelotense de Futebol (LPF) reconheceu o esforço dos atletas e agraciou o Brasil com o ‘Troféu Estímulo’, concedido pela dedicação e pela raça com que a equipe entrava em campo.

Mal sabiam os dirigentes da LPF o quão estimulados ficariam os jogadores com aquele prêmio. Tanto que na edição seguinte do torneio eles já colocaram o clube na terceira colocação geral. Depois vieram dois vice-campeonatos, e logo em 1917 a conquista do primeiro título de campeão da cidade, e de forma invicta. Era a maior façanha que o Brasil poderia almejar naquele momento, até porque ainda não existiam competições maiores ou mais abrangentes.

Primeiro campeão gaúcho

Em 1919, quando o rubro-negro já era tri-campeão Citadino, surgiu um novo desafio: o primeiro Campeonato Gaúcho da história. Embalado pelos triunfos recentes, o Brasil encarou 16 horas de viagem em um navio a vapor – de Pelotas a Porto Alegre – para disputar a grande decisão com o Grêmio Foot Ball Portoalegrense. A partida foi realizada no dia 9 de novembro daquele ano, e com Frank; Nunes e Ari Xavier; Floriano, Pedro e Babá; Farias, Ignácio, Proença, Alberto e Alvariza; a equipe pelotense superou o favoritismo do clube da capital, e aplicou uma goleada de 5 a 1 em cima do Grêmio. Fazendo do Brasil o primeiro campeão gaúcho de todos os tempos.

Estádio Bento Freitas

Cinco anos após a fundação, em 1916, o clube inaugurou um vasto pavilhão social, que também era chamado, naquele tempo, de Praça de Esportes. Ficava localizada no bairro Simões Lopes, e foi construída toda em pedra de granito e madeira, e tinha capacidade para acomodar dois mil torcedores, um número muito significativo naquele tempo. Além das arquibancadas, o primeiro estádio do clube comportava copa, secretaria, sala para o departamento médico, rouparia e vestiários.

A Praça de Esportes, que depois virou Campo do Bancário e por último ganhou o nome de CT Rubro-negro, também tinha uma peculiaridade muito interessante: um Coreto. Uma construção com piso a altura de aproximadamente um metro do chão, de forma arredondada ou oitavada. Enfim, era uma espécie de palco, que recebia os grupos musicais responsáveis pelo entretenimento do público antes de a partida começar.

Estádio da Baixada do Brasil Pelotas
O Bento Freitas começou a ser construído no início da década de 40, em um terreno que já tinha história com o clube.

Bento Mendes de Freitas foi um dos presidentes mais importantes do GE Brasil. A frente do clube de 1939 a 1941, o dirigente deixou o legado imortalizado no rubro-negro por ser o idealizador da Baixada. Na época o empreendimento proposto por Bento Freitas era considerado muito arrojado, e pouca gente acreditava que a tal Praça de Esportes sairia do papel.

O Bento Freitas, também conhecido como a Baixada, foi inaugurado no dia 23 de maio de 1943, com a realização de um amistoso entre Brasil e Força Luz, de Porto Alegre. Naquela ocasião, o jogo foi considerado um grande acontecimento esportivo. E a torcida Xavante, já numerosa, comemorou emocionada a conquista da nova casa.

Desde então a Baixada tem sido palco de partidas memoráveis e grandes triunfos, tudo acompanhado de perto por arquibancadas lotadas e agitadas pela maior, mais alegre e mais fiel torcida do interior gaúcho.

Estádio Bento Freitas do Brasil Pelotas
Estádio Bento Freitas.

Atualmente o estádio Xavante ocupa uma extensão de 29.730m2, sendo que 23.254m2 é de área construída, incluindo 4 bilheterias, 7 portões de acesso, 6 lanchonetes, 17 banheiros e 13 cabines de imprensa. Para os atletas profissionais são 3 vestiários, sala de musculação, sala do Depto Médico, refeitório e alojamento com 10 dormitórios, sala de áudio e vídeo e de lazer.

Mascote - Índio Xavante
Mascote do GE Brasil
A escolha do Índio Xavante como mascote rubro-negra passa pela rivalidade do GE Brasil com o EC Pelotas. Aconteceu em 1946, no clássico BRA-PEL que decidira o título do Campeonato Citadino daquele ano. O time da Baixada, que jogava fora de casa, foi para o intervalo perdendo por 3 a 1 e com um jogador a menos em campo.

Na volta para a segunda etapa tudo parecia perdido. O técnico Teté, que comandava o Brasil naquele jogo, chegou até ameaçar tirar a equipe de campo. Mas os torcedores rubro-negros não deixaram. Pelo contrário, eles empurraram o time para uma virada histórica. A partida terminou num impressionante 5 a 3, em uma das mais suadas e emocionantes das tantas vitórias que o Brasil já conquistou sobre o rival da avenida.

Após o apito final, a torcida vencedora não se aguentou nas arquibancadas, atropelou o alambrado e invadiu o campo para comemorar. Vendo toda aquela euforia, quase que descontrolada, um dirigente áureo-cerúleo comparou a festa em vermelho e preto ao filme “Invasão dos Xavantes” (em cartaz naquela época), dizendo: “eles foram um bárbaros ao final do jogo, pareciam uns Xavantes”. Irreverente que é, a torcida rubro-negro ignorou o tom pejorativo da expressão e adotou a simpática e querida figura do Índio Xavante como mascote do Brasil.

Camisa Oficial n°. 1 e n°. 2 utilizadas em 2009.
Camisa 1   Camisa 2

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Pesquisas de Sidney Barbosa da Silva. Fontes das Informações: O Rio Grande Sportivo do ano de 1919; Revista Brasil Gigante, Edição 1; www.brasildepelotas.com . Página adicionada em 20 Janeiro 2010 - atualizada em 27 Agosto 2025.